ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 14-3-2006.

 


Aos quatorze dias do mês de março do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Professor Garcia e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Clênia Maranhão, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. A seguir, o Vereador Luiz Braz procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, do Requerimento nº 040/06 (Processo nº 1274/06), de autoria de Sua Excelência, que solicita a abertura de processo disciplinar contra os Vereadores Carlos Comassetto e Raul Carrion, por prática de conduta incompatível com o decoro parlamentar, em face de comportamentos assumidos por esses Vereadores durante a Décima Sessão Ordinária, ocorrida no dia de ontem, tendo se manifestado a respeito o Vereador Raul Carrion. Na oportunidade, a Vereadora Manuela d’Ávila formulou Requerimento verbal, solicitando informações sobre o Processo nº 3247/05, de autoria de Sua Excelência conjuntamente com o Vereador Raul Carrion, tendo se manifestado a respeito o Vereador Luiz Braz. Ainda, em face de Questão de Ordem e manifestação formuladas pelo Vereador Ibsen Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell teceu considerações relativamente aos motivos que embasaram a convocação da presente Sessão Extraordinária, destinada à apreciação do Projeto de Decreto Legislativo nº 003/06, que autoriza o Vice-Prefeito Municipal a ausentar-se de Porto Alegre. Igualmente, questionou a oportunidade da entrega, hoje, pelo Vereador Luiz Braz, do Requerimento nº 040/06, de instauração de processo disciplinar contra Vereadores desta Casa. O Vereador Raul Carrion destacou a importância da participação dos Senhores Vereadores nas reuniões realizadas às terças-feiras pelas Comissões Permanentes. Ainda, referindo-se ao Requerimento nº 040/06, prestou esclarecimentos quanto a posições assumidas por Sua Excelência na Sessão Ordinária de ontem, informando que protestou contra a apreciação do Requerimento nº 028/06 por considerar que esse Processo não seguiu a tramitação normatizada pelo artigo 104 do Regimento. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz declarou que a distribuição de matéria nos termos do artigo 104 do Regimento não se aplica ao Processo nº 1145/06, tendo em vista que os Requerimentos possuem uma tramitação geralmente mais rápida e demandam maior agilidade em sua apreciação. Também, asseverou que o comportamento dos Vereadores Carlos Comasseto e Raul Carrion na Décima Sessão Ordinária não corresponde à conduta ética exigida de um Parlamentar. O Vereador Márcio Bins Ely relatou reunião ocorrida ontem neste Legislativo, para debater a constituição de um Conselho e de um Fundo Municipal de Juventude, ressaltando a importância da implantação de políticas públicas voltadas à solução dos principais problemas enfrentados pelos integrantes dessa faixa etária. Finalizando, lembrou a aprovação, por esta Casa, do Projeto de Lei do Legislativo nº 124/05, de sua autoria, que instituiu o Estatuto da Juventude em Porto Alegre. O Vereador Ibsen Pinheiro comentou incidentes verificados na Décima Sessão Ordinária, envolvendo os Vereadores Carlos Comassetto, Luiz Braz e Raul Carrion, frisando que os debates entre os Senhores Vereadores podem levar a manifestações verbais de teor agressivo que, mesmo reprováveis, devem ser avaliadas dentro do contexto de tensão e nervosismo do momento. Nesse sentido, solicitou ao Vereador Luiz Braz o arquivamento do Processo nº 1274/06. A seguir, o Senhor Presidente convocou os Vereadores integrantes da Mesa Diretora para reunião após o encerramento da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães analisou questões atinentes à gestão de uma Casa Legislativa, citando incidentes entre Vereadores, verificados na Sessão Ordinária de ontem. Ainda, frisando a importância do debate de idéias e do enfrentamento e solução de controvérsias que surjam no decorrer desse processo, sugeriu a organização de reunião entre os Senhores Vereadores, para retomada da harmonia necessária a uma atuação eficaz em prol da Cidade. A seguir, foi efetuada verificação de quórum para ingresso na Ordem do Dia, constatando-se a inexistência do mesmo, tendo se manifestado a respeito os Vereadores Adeli Sell e as Vereadoras Manuela d’Ávila e Maristela Maffei. Às quinze horas e nove minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Dr. Goulart e secretariados pelo Vereador Luiz Braz, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Luiz Braz, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Instalada a Sessão, é necessário, antes de passarmos à discussão geral e votação, que façamos a nova verificação de quórum, segundo o art. 158 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, este Vereador tem um Requerimento a ser dirigido à Mesa e gostaria de fazer a leitura (Lê.): “Luiz Braz, Vereador da XIV Legislatura, 2008 – 2008, desta Câmara de Vereadores, com fulcro no disposto no art. 12 da Resolução n° 1.319, de 18 de julho de 1996, Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Porto Alegre, vem, por meio da presente, requerer a instauração de processo disciplinar, em decorrência de fatos de conhecimento geral dos Vereadores participantes da 9ª Sessão Ordinária, realizada na data de 13 de março próximo passado, contra os Vereadores Carlos Comassetto e Raul Carrion, por praticarem, durante a realização da citada sessão, atos contrários à ética parlamentar, infringindo o disposto nas alíneas ‘b’ e ‘c’, do inc. I, do art. 5°, do citado diploma legal, pelos fatos e fundamentos que, a seguir, passo a expor:

Na data de 13 de março de 2006, por ocasião da votação de ‘Moção de Repúdio ao vandalismo praticado pelo MST e Via Campesina contra o Centro de Pesquisa da Aracruz Celulose’, os Vereadores Carlos Comassetto e Raul Carrion, com conduta atípica aos protocolos éticos discriminados no Código de Ética, principalmente às regras de comportamento e postura, assim como aquelas relativas ao dever de respeito às pessoas, autoridades e decisões tomadas, incitaram ao tumulto os demais parlamentares, gritando palavras de baixo calão objetivando impedir a realização da referida votação.

 Muito embora a incisiva interferência do Presidente da Sessão para que a ordem fosse mantida, sua atitude não logrou qualquer êxito, tendo o mesmo sido atacado de maneira indigna, culminando com a suspensão da citada votação, ou seja, o propósito dos dois representados foi atingido, não pelas vias normais e legais, mas sim pela anarquia e desordem, atos semelhantes aos praticados pelos integrantes do MST e Via Campesina quando da invasão de propriedade privada, conforme relato da exposição de motivos da Moção de Repúdio que estava em votação.

Fundamentos jurídicos do pedido:

Conforme disposto no Código de Ética e Decoro Parlamentar, em seu art. 2°, o detentor de mandato eletivo, no exercício do cargo de Vereador, deverá respeitar de forma cabal as normas internas da Câmara de Vereadores, bem como zelar pelo prestígio do Poder Legislativo, exercendo seu mandato com dignidade, tratando com devido respeito não só o Poder ao qual está vinculado, como também seus colegas de Casa.

A conduta de todo Vereador deve pautar-se pela observância dos protocolos éticos discriminados no Código, como forma de valorização de uma atividade pública capaz de submeter os interesses às opiniões e os diferentes particularismos às idéias reguladoras do bem comum.

Ainda com base no supracitado Código de Ética, art. 5º, vislumbramos que o abuso das prerrogativas constitucionais manifestado pela perturbação a boa ordem dos trabalhos em plenário (letra ‘c’), bem como a prática de desacato aos membros que conduziam a sessão - orador e presidente (letra ‘b’) -, constituem-se em atos incompatíveis com a Ética necessária, traduzindo-se tal ato em ação atentatória ao decoro parlamentar.”

Do exposto e de acordo com a cópia das imagens do ocorrido (anexo) depreende-se que os representados incorreram nas seguintes condutas que reclamam imediata apuração:

1) Perturbação a boa ordem dos trabalhos em plenário, em especial à 9.ª Sessão Ordinária, do dia 13 de março de 2006, que culminou com a suspensão da votação da Moção de Repúdio ao vandalismo praticado pelo MST e Via Campesina contra o Centro de Pesquisa da Aracruz Celulose;

2) Desacato e desrespeito aos pares, em especial ao Presidente da Sessão, durante votação da referida Moção.

Tais fatos respaldados pelos elementos probatórios mencionados configuram prática de sucessivas condutas incompatíveis com o decoro parlamentar pelos representados Vereadores Carlos Comassetto e Raul Carrion, por infração ao art. 5.º, I, letras ‘b’ e ‘c’, do Código de Ética, que determina:

Art. 5.º - Constituem faltas contra a ética parlamentar de todo Vereador no exercício do seu mandato:

b) desacatar ou praticar ofensas físicas ou morais, bem como dirigir palavras injuriosas aos seus pares, aos membros da Mesa Diretora, do Plenário ou das Comissões, ou a qualquer cidadão ou grupos de cidadãos que assistam as sessões de trabalho da Câmara;

c) perturbar a boa ordem de trabalho dos trabalhos em plenário ou nas demais atividades da Câmara.

A profusão das condutas acima relatadas desgasta sensivelmente a imagem desta Casa, sendo absolutamente incompatível com a dignidade da condição de Vereador. Necessário, portanto, reagir por meio da imediata apuração dos fatos descritos, através do devido processo legal, como medida profilática, indispensável e imperiosa à preservação da autoridade desta Casa Legislativa.

Em face do todo o exposto requer: a abertura de processo disciplinar por prática de conduta incompatível com o decoro parlamentar contra os Vereadores Carlos Comassetto e Raul Carrion, a fim de que, aferido o caráter indecoroso dos comportamentos acima descritos, (cf. art. 5.º, inciso I, letra ‘b’ e ‘c’ do Código de Ética da Câmara de Vereadores), lhe sejam aplicadas as penalidades cabíveis, garantindo aos parlamentares amplo direito de defesa.”

Assina este Vereador, Luiz Braz.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Recebemos e encaminhamos o seu Requerimento.

Convocamos esta Sessão de maneira especial para falarmos a respeito da viagem do Vice-Prefeito, mas devido à importância do fato, aceito o Requerimento de V. Exª e o aparte da Verª Manuela.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Um Requerimento também pedindo à Diretoria Legislativa que informe à Bancada do PCdoB a manifestação do Ver. Luiz Braz com relação à Comissão de Ética proposta pela nossa Bancada, há 10 meses, com relação às praticas desse Vereador no plenário da Casa, que, conforme os processos e os dados que a nossa Bancada dispõe, estão, há 8 meses, com o Vereador, para que emita a sua opinião sobre aqueles episódios, bastante graves, ocorridos neste plenário.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Feita a isonomia de opiniões, a partir de agora entraremos em Comunicação de Líder, para que os senhores possam falar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, apenas para responder à Verª Manuela, dizendo que a Mesa Diretora da Casa já apreciou aquele pedido de Comissão de Ética com relação a este Vereador, e, não sei, não cabe a este Vereador enviar aos Vereadores as respostas das decisões que são tomadas na Comissão, mas a Mesa já deliberou a respeito.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Aceito os esclarecimentos.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para um esclarecimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, quero, diante da manifestação do Ver. Luiz Braz, dizer que não correspondem as acusações que ele faz, e, ao contrário, no dia de ontem, o Vereador transgrediu abertamente o Regimento da Casa, não colocando em votação as matérias que estavam na Ordem do Dia, colocando a fórceps uma matéria do seu interesse, de sua iniciativa.

Em segundo lugar, não colocou em votação, conforme indica o Regimento, a ordem de votação, e impôs o seu requerimento como o primeiro, sem submeter à votação.

Em terceiro lugar, não honrou o compromisso que os Vereadores haviam assumido na Ordem do Dia.

Portanto, nós simplesmente nos manifestamos, sem nenhuma ofensa pessoal a nenhum Vereador, contra a transgressão ao Regimento, e protestamos que o Regimento estava sendo rasgado.

Esses são os fatos, e eu até peço cópias da Sessão. Improcedem totalmente as informações do Ver. Luiz Braz. Estamos perfeitamente tranqüilos e a mesma coisa com o Ver. Comassetto, que não usou nenhuma palavra ofensiva e protestou contra o desrespeito ao Regimento, e foi tanto desrespeito ao Regimento, e concluo Presidente, que a própria Bancada da situação se sentiu constrangida e pediu uma verificação de votação e não houve quórum, porque o atropelo que o seu Vice-Presidente fez na Sessão foi algo inconcebível. Então, hoje o Ver. Luiz Braz traz uma acusação improcedente, talvez, para tentar sair do problema que ele criou com o senhor.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Um dado da Mesa, Sr. Presidente, se V. Exª determinou a abertura da Ordem do Dia?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não, ainda não, por isso estamos permitindo que as Lideranças se manifestem.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Não estamos na Ordem do Dia?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não, não estamos, Excelência. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, meu caro Dr. Goulart; esta Casa tem a tradição de respeitar o Regimento Interno, de ser uma Câmara onde se discutem idéias, e nós não podemos estar amanhã nas páginas dos jornais, nas televisões, com cenas de balbúrdia, de pugilismo e de palavras de baixo calão. Essa não é a tradição da Câmara Municipal de Porto Alegre; a tradição desta Casa é de respeitar o seu Regimento Interno, a tradição desta Casa é de ser uma Casa plural. E nos últimos anos convivem na Mesa Diretora todas as principais opiniões políticas partidárias, os Partidos políticos, e nós conseguimos um processo de isonomia, um processo de equilíbrio da composição dos cargos desta Casa.

Portanto, devemos deixar fluir livremente, com a responsabilidade de cada um dos Vereadores e Vereadoras que aqui vêm falar, opinar, dizer o que pensa, expor seus sentimentos, expor seus repúdios. Deve ser livre a manifestação de todas e de todos, dentro das regras do nosso Regimento. Nós não podemos repetir tristes episódios como o de ontem, em que nós vimos desrespeito. Nós temos regras para votar.

 

(Manifestações paralelas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Por gentileza, está assegurada a palavra do Ver. Adeli Sell. É uma Sessão como todas as outras.

 

O SR. ADELI SELL: Nós estamos numa Sessão Extraordinária, e isto aqui não é um convescote, porque com televisão ou sem televisão, nós somos porta-vozes do povo de Porto Alegre. Mesmo que não tenha televisão, amanhã todos saberão se aqui houver repetição de cenas como as de ontem. Isso não cabe para esta Casa! Não tem sentido! O povo de Porto Alegre tem demandas, tem aspirações, a cidade de Porto Alegre continua tendo problemas. E alguns de seus problemas aumentam a cada dia. E é para isso que estamos aqui.

Nós fomos convocados, de forma extraordinária, para votar a viagem da S. Exª o Prefeito Municipal. Poderia ter esperado tranqüilamente até amanhã para colocar qualquer outro Requerimento ou qualquer outra discussão. Amanhã nós teremos uma reunião ordinária, em que as pessoas que tiverem opiniões divergentes poderão usar a Liderança dos seus Partidos. Eu vi em muitos momentos, inclusive no ano passado, as pessoas se utilizarem de subterfúgios que não estão na Carta que regra o nosso comportamento e as nossas posições nesta Câmara. Por isso, eu peço tranqüilidade às Bancadas, peço que as pessoas reflitam sobre seus atos; não é com esse tipo de comportamento, não é com esta incitação, porque ficaram claras as opiniões de cada uma das Bancadas e de cada um dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras que falaram ontem sobre alguns dos episódios recentes da conjuntura política desta Cidade; estão claras as posições. Partidos políticos como o meu tiraram posição por escrito para que não houvesse dúvida; as vírgulas, os pontos, as palavras que estão na carta declaratória do PT são cristalinas. Portanto, não cabe colocar algum carimbo na testa dos integrantes da Bancada do PT sobre posições que nós não temos: as nossas posições são claras, as nossas posições foram expressas por uma nota da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores, e eu não vou dar margem neste momento, Ver. Carlos Todeschini, para que falem em nome da nossa Bancada para que depois possam tirar ilações. A nossa posição está escrita e manifesta no rádio, televisão e jornais. Que não se repitam os tristes fatos de incitamento e bate-boca que nada constroem. A Cidade tem problemas, e estamos aqui para ajudar a resolvê-los. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Dr. Goulart, Presidente desta Casa, demais Vereadores e Vereadoras, não pretendia usar da Liderança e lamento ter de fazê-lo, pois temos uma reunião da nossa Comissão, a CEDECONDH, uma Audiência Pública, e em função disso, eu que estive aqui às 14h, pontualmente, para votar esta matéria que era específica, e que, inclusive, acho que incorretamente veio trazida para uma reunião de hoje, pois os Vereadores tiveram reunião ontem, e esta viagem deveria ter sido apreciada, ou, então, que apreciássemos ad referendum - já houve situações como essa -, pois estamos tirando os Vereadores das Comissões.

Chegando aqui, tomo conhecimento - como os demais Vereadores -, espantado, estupefato, de uma denúncia do Ver. Luiz Braz contra este Vereador e o Ver. Comassetto. Então, me obrigo a falar, aqui - porque foi usado o tempo e a exposição foi aberta pelo Ver. Luiz Braz - para colocar os fatos no devido lugar. Em primeiro lugar, para votar nesta Casa... Ver. Dr. Goulart, gostaria da sua atenção, para que saiba, como Presidente, como transcorreram os fatos no dia de ontem.

Em primeiro lugar, nós temos uma Ordem do Dia, e eu possuo, aqui, a Ordem do Dia de ontem: não constava na Ordem do Dia de ontem a Moção do Ver. Luiz Braz e outros sobre os acontecimentos da Aracruz. Não nos negamos a votar, está previsto para entrar amanhã. E ao não constar na Ordem do Dia, já automaticamente não pode se votar; e não consta porque o art. 104 do nosso Regimento afirma: (Lê.): “O Presidente, com antecedência mínima de 48 horas, distribuirá aos Vereadores a matéria da Ordem do Dia contendo Projetos a ser discutidos e votados”. Ou seja, nada pode ser votado nesta Casa, pelo Regimento, se com antecedência de 48 horas não for publicado pelo Sr. Presidente. Não estava publicado! Portanto, não podia votar. A Diretoria Legislativa informou que não estava na Ordem do Dia porque não havia sido dado prazo. Primeiro erro, portanto, do Ver. Luiz Braz, que, em proveito próprio, visto que a Moção era sua, impôs que ela entrasse na Ordem do Dia.

Em segundo lugar, Verª Neuza Canabarro, além de estar na Ordem do Dia, a Ordem do Dia tem uma determinada ordem, que está numerada aqui. O primeiro Projeto que deveria entrar na Ordem do Dia era o Projeto de autoria do ex-Ver. Juarez Pinheiro, e assim vai. Incluídos os Requerimentos que estavam na Ordem do Dia, tínhamos 85 proposições. O Ver. Braz inclui uma 86ª, que não estava na Ordem do Dia, não submete a um Requerimento, Ver. Goulart, que tem que ser feito para alterar, e impôs a votação do seu Requerimento. Segunda falha do então Presidente.

Terceira falha: nós temos o entendimento, nesta Casa, de que uma reunião de Líderes e Mesa estabelece, a cada semana, a ordem que será votada e, com essa ordem estabelecida, será feito um Requerimento e aprovado sem problemas. Pois bem, a ordem estabelecida pelas Lideranças e pela Mesa era outra.

Diante desse atropelo ao Regimento e ao acordo entre os Partidos nesta Casa, este Vereador e o Ver. Comassetto unicamente manifestamos, primeiro, dos nossos microfones, a nossa inconformidade, como diversos outros Vereadores fizeram. E como o Presidente, de uma forma autoritária, anti-regimental, considerou correto o seu encaminhamento e impôs a votação, eu me manifestei com o Regimento na mão: “Este Regimento está sendo rasgado!”. Nada mais do que isto! Não proferi uma única ofensa nem ao Ver. Luiz Braz nem a qualquer outro Vereador, porque não é do meu feitio dizer impropérios, não é do meu feitio ameaçar agressões, como o Ver. Luiz Braz, publicamente - está registrado em fotos, registrado na televisão - fez aqui contra este Vereador e a Verª Manuela. E, aliás, causa espanto que passado quase um ano, Ver. Mario Fraga, do pedido de Comissão de Ética que nós fizemos para o Ver. Luiz Braz, nós não temos notícia. Inclusive, quero dizer que o então Presidente Elói Guimarães apelou para nós, nós dissemos que se o Ver. Luiz Braz manifestasse um pedido de desculpas, nós não teríamos problemas. Ele não manifestou. De toda forma, não insistimos.

No final do ano, o Ver. Luiz Braz me procurou, se desculpou, dizendo que eram coisas que aconteciam, que a gente deixasse isso de lado e eu, sinceramente, Ver. Luiz Braz, fui uma pessoa que...Tudo bem, espírito natalino, deixei de lado.

Hoje, ainda vim e lhe cumprimentei, Ver. Luiz Braz, porque para mim ontem foi uma discussão. Agora, V. Exª, ao fazer esse pedido totalmente infundado, realmente, é uma manifestação que não compreendo, não aceito, e quero que os Vereadores aqui presentes que testemunharam os fatos que aconteceram, tomem em conta o que aconteceu e o que o Ver. Luiz Braz falou. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Srs. Vereadores. Explicações. Nós abrimos uma Sessão Extraordinária, que passa a ter todos os componentes regimentais de uma Sessão Ordinária, ela é apenas Extraordinária. Abrimos o quórum, foi registrado o quórum de 19 Srs. Vereadores. Pediu-se um Requerimento, se ouviu o Requerimento, se cortaram Requerimentos a não ser que muito procedentes ou Questões de Ordem. Não tendo mais, abriu-se o período que tem de se abrir, de inscrição de Lideranças, que é o que estamos vivendo agora. Quando terminar a última Liderança inscrita, abriremos novamente a verificação do quórum para irmos para a Ordem do Dia. Está dada a explicação.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, é bom poder estar aqui sob a condução desta Sessão por Vossa Excelência. E eu acho que V. Exª ouviu bem, Ver. Dr. Goulart - eu deixo para assinar depois, porque, de repente, vai ser importante – a leitura do art. 104. O art. 104 do Regimento diz que os Projetos de Lei têm de ter 48 horas de antecedência, têm de ser anunciados e, depois de 48 horas, votados. Isso está escrito no artigo 104, só isso. Quando nós tratamos de Moção, e Moção não é Projeto de Lei, aqui está o Presidente da Comissão de Justiça, Ver. Ibsen Pinheiro, que pode referendar isso lá na sua Comissão: a Moção não é Projeto de Lei! Não está escrito lá no artigo 104 que as Moções e os Requerimentos têm de ter antecedência de 48 horas. Agindo exatamente de acordo com o que se deve agir na interpretação do Regimento, este Vereador, que conduzia, ontem, a Sessão, colocou em votação uma Moção de Repúdio, que, eu acredito, Vereador-Presidente, deveria ser da boa acolhida de todos os Vereadores aqui desta Casa, tanto é que não é uma Moção deste Vereador, praticamente todos os Vereadores, excetuando os Vereadores do PT e do PCdoB, assinaram a Moção. Praticamente todos os Vereadores assinaram a Moção! Então, a Moção, Sr. Presidente, deve ser colocada em votação. E essa prática, agora, é nova de colocar a Moção, também, depois de anunciada, 48 horas depois. Mas é uma prática que nós temos de revisar aqui na Casa, porque ela não é regimental. A Moção ou o Requerimento deve ser votado de acordo com a conveniência da sociedade! A sociedade está pedindo, neste exato instante, a manifestação desta Casa com relação aqueles atos de banditismo lá na Aracruz! Ou com relação a todos os atos de banditismo que têm sido praticados contra essa sociedade, os assassinatos! Ou a sociedade esqueceu daquele pai de família, um colono, que não quis contribuir com o MST e foi assassinado covardemente, pelas costas, por um ex-assessor de um Deputado Federal do PT?! Será que a sociedade esqueceu disso?

Presidente, sabe o que acontece? Nós não podemos votar mais nada aqui, nem de acordo com o Regimento, porque a interpretação está completamente equivocada e nós vamos jogando para depois. E, aí, sabem o que os Vereadores do PT e do PCdoB fazem – quando eu falo Vereadores do PCdoB, eu estou me referindo ao Ver. Raul Carrion – quando alguma coisa desagrada na atitude do Presidente da Casa? Começam a gritar, aqui no Plenário, para que a Sessão seja interrompida, começam a pedir Questões de Ordem estapafúrdias para que a Sessão não possa ter continuidade! Esse desrespeito tem de terminar, porque esta Casa é uma Casa de todos, esta Casa representa toda a sociedade! Não podem, dois, ou três Vereadores, acabar com a Sessão no momento em que bem entenderem! E agiram assim novamente ontem: gritaram como loucos aqui neste Plenário! Quando eu cortei o microfone, porque não dava mais para aceitar Questão de Ordem, eles continuaram gritando aqui em altos brados, para que a Sessão não pudesse ter continuidade - e todo o Plenário testemunhou isso. Esse ato atenta contra a ética parlamentar. Ele tem de ser visto por uma Comissão Disciplinar que possa, realmente, estudar os atos desses Vereadores, para que outras atitudes como essas não ocorram aqui neste Plenário, para que todos nós, Vereadores, não sejamos reféns de dois ou três que não querem que a Sessão tenha continuidade, que não querem que Projetos sejam votados. Depois, eles vão lá para os meios de comunicação dizer que querem votar os Projetos e que ninguém quer votar. Só que, aqui, no Plenário, eles são useiros e vezeiros em atrapalhar a Sessão, em desrespeitar a Mesa, em não deixar que as Sessões aqui nesta Casa tenham seguimento normal! E isso realmente precisa terminar. Esses Vereadores pertenciam a um Partido que era ostentando acima de qualquer moral e ética. Na verdade, ninguém podia criticá-los. Só que, nos últimos tempos, já não é mais assim. Nós últimos tempos, o que tem sido denunciado para todos nós é que esses Partidos, na verdade, chegaram aonde chegaram mercê de muitas manobras que, realmente, são manobras que merecem ações da polícia. Não são mais ações de políticos; são ações de polícia! E, por isso mesmo, nós pedimos aqui, Sr. Presidente, através deste Requerimento, dentro de um processo legal, que seja estabelecida essa Comissão Disciplinar, para que a ética desses Vereadores possa ser investigada com relação à Sessão de ontem.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado. Este Presidente estava, na hora da Sessão Plenária, fazendo uma palestra para a abertura dos trabalhos dos Cidadãos Eméritos desta Casa. Essa é a explicação que o Presidente dá, respondendo aos diversos telefonemas que recebeu ontem à noite.

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Goulart, Presidente; na pessoa de V. Exª eu quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste nas galerias, pela TVCâmara, senhoras e senhores, venho a esta tribuna hoje, Sr. Presidente, em nome da Bancada do PDT, composta pelos Vers. Mario Fraga, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Nereu D’Avila, o Presidente Dr. Goulart, e este Vereador, para trazer ao conhecimento dos nobres Pares e da sociedade porto-alegrense um importante avanço que ocorreu na noite de ontem, em reunião nesta Casa, a respeito da constituição de um Conselho Municipal de Juventude e de um Fundo Municipal de Juventude – Funjovem – na nossa Capital. É do conhecimento dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras que, no ano passado, nós tivemos um longo debate a respeito da formatação de um Projeto de Lei, de minha autoria, que resultou na criação do Estatuto da Juventude. É uma contribuição do Legislativo para com as políticas públicas a serem adotadas pela Secretaria Municipal de Juventude em Porto Alegre, pasta que hoje é dirigida pelo PDT, na pessoa do Secretário Mauro Zacher, a quem queremos prestar um justo reconhecimento por essa iniciativa. Inclusive, no Projeto de Lei do Estatuto da Juventude, estava prevista a criação desse Conselho num período de um ano, e, para a nossa grata surpresa, movimentações e debates a respeito do tema já estão sendo iniciados agora no mês de março. Ontem, esteve aqui presente o Conselho Político das Juventudes, que integra o Governo, quais sejam as juventudes do PPS, do PV, do PDT, do PP, do PMDB e do PTB. Participei dessa reunião com muita alegria. E quero dizer que os encaminhamentos estão sendo tomados para que se efetive a construção e a finalização do texto desse Projeto e que, enfim, se possa criá-lo, então, na capital de Porto Alegre - que já é modelo no tema políticas públicas e juventude em nosso País. Aliás, a legislação desta Casa tem servido como alicerce e é pioneira nos debates internacionais, como o Estatuto da Juventude, que deve estar sendo apreciado - pois veio com Veto Parcial - ainda nesta semana por este Plenário.

Gostaria de dizer que tão logo esteja formulado, e findadas as discussões a respeito do tema, estará sendo encaminhado ao julgamento deste Legislativo o Projeto de Lei que criará o Conselho Municipal de Juventude.

O período de liderança justamente é para que se possa trazer assuntos relevantes, de extrema importância, e nós entendemos que esse é um assunto relevante, o tema que está em andamento junto à Secretaria Municipal de Juventude. Nós que sabemos que a Secretaria hoje é responsável por um dos Projetos mais importantes de reinserção, na nossa Capital, que é o Pró-Jovem. Sabemos da responsabilidade com aqueles jovens excluídos que ainda não conseguiram concluir nem o Ensino Fundamental, e sabemos que as políticas públicas de juventude têm sido encaradas com relevância, com seriedade, com responsabilidade por este Governo que aí está, com o apoio do Prefeito Fogaça, com a agilidade da Secretaria da Juventude, na pessoa do Secretário Mauro Zacher, que, agora, para a nossa grata surpresa, traz ao debate, convoca as juventudes e convoca os setores da sociedade civil organizada a debater e formatar esse que será então o Conselho Municipal de Juventude, que será criado junto com o Fundo Municipal da Juventude - Funjovem -, para que as ações possam ser coordenadas e debatidas também com setores da sociedade civil organizada que atuam na área jovem, na área da juventude, com temas de juventude, com os temas que vão resultar na ação de políticas públicas de juventude para os jovens da nossa Capital. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, ninguém é melhor testemunha do que V. Exª de que eu pretendia que já houvesse sido instalada a Ordem do Dia, para que não se abrisse espaço para as Comunicações de Líder. Mas V. Exª me informou, procedentemente, que a primeira verificação foi para instalação da Sessão, não tendo havido a segunda verificação para a Ordem do Dia. Então, aquele Vereador que queria dispensar as Comunicações de Liderança, agora se sente isonomicamente no direito de trazer a palavra do seu Partido.

E falo sobre esse incidente, Sr. Presidente. Primeiro, ontem, manifestei minha solidariedade ao Presidente da Sessão, Ver. Luiz Braz, por entender que a convivência democrática não exclui a autoridade. Até lamentei que S. Exa. não tivesse desligado os microfones de aparte e, eventualmente, invocado a atuação da segurança.

Mas assim como faço essa manifestação, também não vejo, Ver. Luiz Braz, com todo o respeito que V. Exª merece, gravidade parlamentar para uma investigação com vistas à violação do decoro parlamentar. Eu quero dizer, em favor da nossa própria Casa, que essa espécie de conduta, por reprovável que seja, não tem esse significado, até porque a população compreende que os parlamentos são compostos de homens e mulheres com temperamento, com nervos à flor da pele, e às vezes assistimos a uma Sessão da Câmara dos Lordes e os Lordes até se puxam pelas bastas cabeleiras brancas. Então, queria deixar um apelo, sem nenhuma autoridade para fazê-lo senão a boa vontade, para que nós pudéssemos, ao mesmo tempo em que o Presidente dos trabalhos coíbe energicamente manifestações como a dos Vereadores Comassetto e Raul Carrion, lançar um olhar de compreensão para esse tipo de conduta e assim possamos arquivar, com a concordância de quem promoveu - no caso específico, V. Exª -, junto com um apelo ao Presidente dos trabalhos para que não conviva com o desrespeito a sua autoridade. E um remédio eficaz é cortar o microfone; outro remédio eficaz é chamar a segurança. E depois tratar esses episódios como lamentáveis, mas inscritos dentro da normalidade da convivência, do confronto, que é da natureza do processo político parlamentar.

É o apelo que eu dirijo ao Ver. Luiz Braz, assim como a outros promotores de investigações dessa natureza, para que nós possamos conviver até mesmo com os excessos, desde que não sejamos cúmplices deles. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicito à Mesa que permaneça após a Plenária, pois precisamos tratar de assuntos pertinentes.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nós achamos que a Casa, e nem pode ser diferente, é instrumento que busca, nas suas finalidades, bem gerir legislativamente e também fiscalizar os atos administrativos da cidade de Porto Alegre. E todo acontecimento que se coloca fora desse foco de finalidade, evidentemente, a toda luz, não constrói para o desenvolvimento dos trabalhos.

Mas não queremos, aqui, entrar no mérito de episódios que aconteceram e acontecerão, de episódios que acontecem aqui em Porto Alegre, na Câmara Municipal, como acontece nos Parlamentos da Inglaterra, dos Estados Unidos, ou de qualquer nação democrática, em que o calor, muitas vezes, do debate, as grandes responsabilidades que tem a Mesa na condução dos trabalhos, muitas vezes, nos levam a fazer apreciações equivocadas. Eu sou daqueles que entendem – e sempre procurei assim proceder – que nós devemos fazer com que possíveis escaramuças, se esse é o termo apropriado, ou possíveis controvérsias, por mais veementes que sejam, sejam absorvidas no processo. Eu aqui tive, quando Presidente, diferentes promoções no sentido da aplicação do Código de Ética, mas, se me for permitida uma análise do que ocorreu no ano passado e neste ano, eu diria o seguinte: eu acho que providências no seio da Comissão de Ética não alcançam aquele patamar que justifique, por assim dizer, essas providências. É nesse sentido o apelo que vou fazer ao Ver. Luiz Braz, como fiz também, no ano passado, a Vereadores que propuseram a oitiva da Comissão de Ética para providências estas ou aquelas. Eu não quero entrar no mérito, vejam bem, mas nós precisamos retomar o status quo de antes dos eventos, das eventualidades conflitivas, para buscarmos a serenidade na Casa e buscarmos as suas finalidades.

Fica aqui o apelo, não evidentemente de anistia, absolutamente não, mas de que se encontre uma solução, se necessário, negociada democraticamente, discutida democraticamente, para que se aparem os possíveis conflitos que se estabelecem entre a Mesa e o Plenário, entre o Plenário e a Mesa. É nesse sentido que eu faço um apelo: que nós reunamos todos esses requerimentos e reivindicações para a apuração de possíveis responsabilidades, façamos um pacote e busquemos o entendimento para que a Casa possa desempenhar o seu papel fundamental. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Excelência.

Peço a abertura do painel eletrônico para que sejam registradas as presenças para entrarmos na Ordem do Dia.

Não há quórum para votação.

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): A Questão de Ordem é a seguinte...

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Eu havia dito que não tínhamos quórum para a votação.

 

O SR. ADELI SELL: Presidente, nós fomos convocados para uma reunião extraordinária, na abertura nós tivemos 29 pessoas presentes. Nós estamos no plenário com mais de 18 pessoas. Eu quero saber o que aconteceu na Casa já que nós somos chamados, no momento em que temos reuniões de Comissões, para votar a viagem do Vice-Prefeito, e a base do Governo não dá quórum. O que está acontecendo nesta Casa?

 

A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Eu apenas gostaria de esclarecer, Vereador. Nós fomos, de maneira desrespeitosa, convocados para uma Sessão Extraordinária uma hora e trinta minutos antes do horário previsto para a Sessão. Nós temos cópias do que será votado. Isso será discutido mais cedo ou mais tarde, e, se o Vice-Prefeito tem de viajar, tem de ser votado. Eu não compreendo, eu gostaria que esclarecessem - politicamente, inclusive - para nós. Porque será pautado. Não há a TVCâmara hoje, mas existem tantos outros veículos e meios de comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Verª Maristela Maffei.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, está claro que o Vice-Prefeito vai ficar fora da Cidade por sete dias, seis dias e meio; então ele tem de se licenciar pela Câmara de Vereadores. Aí, a gente não sabe como é que fica. Quem sabe a gente convoca, então, a Procuradoria da Casa, porque vamos ter de ver isso. Vamos chamar uma coletiva da imprensa, porque não é possível essa situação, por favor!

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, houve convocação de uma Sessão Extraordinária para apreciarmos a visita do Prefeito. Não atingimos quórum de votação. Está encerrada esta Sessão, senhores e senhoras!

 

(Encerra-se a Sessão às 15h09min.)

 

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